A
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) pode concluir, na quarta-feira (27), a
votação de projeto que cria nova alternativa legal para a suspensão de
contratos de trabalho. Pelo PLS n. 62/2013, esse contrato poderá ser suspenso, entre
dois e cinco meses, quando o empregador, em razão de crise econômica, comprovar
que não pode manter a produção ou o fornecimento de serviços.
A
proposta, do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), foi aprovada pela comissão ao fim
de 2013, na forma do substitutivo apresentado pelo relator, o ex-senador Sérgio
Souza. O projeto terá que ser votado em turno suplementar, pois se trata de
texto substitutivo submetido a votação terminativa na comissão.
Se
aprovada, a matéria seguirá diretamente para exame na Câmara dos Deputados, sem
passar pelo Plenário do Senado, a menos que haja recursos com essa finalidade.
A
suspensão temporária de contratos já é prevista na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), igualmente por período de dois a cinco meses (artigo 476-A).
Nesse caso, porém, o empregado deixa de trabalhar para obrigatoriamente
participar de curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, de igual duração.
O
chamado layoff exige previsão em
convenção ou acordo coletivo de trabalho, além de concordância formal do
empregador. É também uma alternativa para momentos de crise: o trabalhador fica
sem salário, recebendo apenas o seguro-desemprego, na forma de Bolsa
Qualificação Profissional.
O
projeto inclui na CLT uma alternativa de layoff
sem a necessidade de oferta de curso de qualificação ao empregado durante o
período de afastamento, quando as empresas já ficam dispensadas de pagar
salários e recolher os encargos trabalhistas.
O
relator original do projeto, Armando Monteiro (PTB-PE), que se licenciou para
assumir o comando do Ministério da Indústria e Comércio, tinha apresentado um
substitutivo ao projeto incluindo dispositivo para suprimir a exigência da
aquiescência formal do empregado, já prevista na CLT. O senador afirmou ser
burocrática e desnecessária a exigência da formalidade nesse caso.
Armando Monteiro (PTB-PE) queria avançar na desburocratização. |
No
entanto, durante a votação, o senador Paulo Paim (PT-RS) pediu a ele e aos
demais senadores da comissão que aprovassem o projeto original, sem a supressão
dessa formalidade. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual relator da
proposta, apresentou voto favorável ao projeto e à emenda de Paim. Crivella
considerou “salutar” o
restabelecimento da aquiescência formal do empregado.
"Isso porque, na prática, pode o empregador
abusar da faculdade a ele atribuída pelo instrumento de autocomposição dos
conflitos envolvendo capital e trabalho. Ante tal quadro fático, a única defesa
de que disporá o empregado contra o ato ilícito do empregador será a recusa em
suspender o seu contrato de trabalho", argumenta.
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