A
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta
quinta-feira (21) o Projeto de Lei do Senado (PLS) n. 288/13,
de autoria do presidente do colegiado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que
estabelece uma nova Lei de Migração para o país. Como destacou o relator,
Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o projeto — aprovado na forma de substitutivo — é
mais adequado ao espírito do século 21, da globalização, enterrando o "entulho autoritário" representado
pelo Estatuto do Estrangeiro.
Para
Ferraço, o atual Estatuto, que vigora desde o regime militar, apresentaria uma
"defasagem evidente". O
senador defende que a nova Lei da Migração, que passará por turno suplementar
na próxima semana e então poderá seguir para a Câmara, apresenta enfoques de
cooperação tanto na área trabalhista quanto humanitária.
Ferraço
acredita que a nova lei, quando estiver em vigor, possibilitará ao país lidar
de forma mais estruturada com fluxos migratórios que passaram a acontecer nos
últimos anos, como o de migrantes do Haiti e da África. “Enfrentamos crises geradas por fluxos de migração que a falta de uma
legislação adequada e de políticas públicas gera violações aos direitos humanos”.
O
senador ainda lembra que hoje convivem no país regimes de acolhida e de
autorização para trabalho que são diversos. O substitutivo aprovado é um texto
de consenso de cuja elaboração participou o Ministério da Justiça.
Por
sugestão do senador Lasier Martins (PDT-RS), foi incluído um novo inciso
proibindo a concessão de residência para estrangeiros condenados por algum
crime tanto no Brasil quanto no exterior. Isto desde que a respectiva conduta
esteja tipificada na legislação brasileira.
Em
relação à migração, Jorge Viana (PT-AC) elogiou a comissão pela aprovação da
proposta, lembrando a importância do tema hoje nas relações internacionais. “Desde 2010 meu estado (Acre) já recebeu mais de 40 mil haitianos. Só
ontem chegaram mais 200”, disse.
Aloysio
destacou que a proposta foi intensamente negociada na Casa, tanto na CRE quanto
na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e na Comissão de
Assuntos Sociais (CAS), onde foram analisadas antes.
Pelo
texto final, o repúdio à xenofobia, a não criminalização da imigração, a
acolhida humanitária e a garantia à reunião familiar passam a figurar como
princípios da política migratória de nosso país. O projeto também prevê uma
série de direitos e garantias para os imigrantes, como o amplo acesso à justiça
e medidas destinadas a promover a integração social.
A
proposta também estabelece uma nova regulamentação para os tipos de visto a
serem concedidos (de trânsito, turismo e negócios, temporário, permanente,
diplomático e oficial e de cortesia), dentre outros pontos.
Pedro
França/Agência Senado
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